Opúsculo Humanitário de Nísia Floresta: Um marco do pensamento feminista e humanista no Brasil
A obra Opúsculo Humanitário de Nísia Floresta, publicada em 1853, é um dos textos fundamentais da literatura brasileira e da história do pensamento feminista no país.
A presença dessa obra na lista de leituras obrigatórias da Fuvest 2026 ressalta sua importância no contexto acadêmico, então incentivando uma reflexão crítica sobre os direitos das mulheres e a estruturação social do Brasil oitocentista.
Sobre a autora
Nísia Floresta Brasileira Augusta (1810-1885) foi uma escritora, educadora e pioneira do feminismo no Brasil. Seu nome verdadeiro era Dionísia Gonçalves Pinto, mas adotou o pseudônimo “Nísia Floresta” em homenagem às suas origens.
Desde cedo, dedicou-se à luta pelos direitos das mulheres, porque se inspirava em ideias liberais e no feminismo europeu, especialmente nas obras de Mary Wollstonecraft e Olympe de Gouges.
Ao longo de sua carreira, publicou diversos textos em defesa da educação feminina e da igualdade de gênero, mas enfrentou a resistência de uma sociedade patriarcal.
O contexto histórico de Opúsculo Humanitário
No Brasil do século XIX, a sociedade era fortemente patriarcal, e as mulheres estavam confinadas ao papel de esposas e mães, então sendo privadas de educação formal e de autonomia econômica.
A escravidão ainda era uma realidade, mas as ideias iluministas começavam a influenciar as discussões políticas e sociais no país.
Dentro desse cenário, Nísia Floresta se destacou como uma das primeiras vozes a reivindicar direitos básicos para as mulheres, porque acreditava que o acesso à educação e à participação na vida pública eram fundamentais para a emancipação feminina.
Opúsculo Humanitário é uma obra que dialoga com esse contexto, pois critica a condição feminina e aborda temas como justiça social, liberdade e a necessidade de reformas educacionais.
Ao mesmo tempo, a autora denuncia a hipocrisia da sociedade brasileira, porque mantinha discursos de progresso e civilização, mas perpetuava a opressão de mulheres e populações marginalizadas.
Principais ideias de Opúsculo Humanitário
Na obra, Nísia Floresta defende a educação como o principal instrumento de emancipação feminina.
Para ela, a ignorância era um dos grandes fatores que mantinham as mulheres em uma posição de subordinação.
Então, o acesso ao conhecimento permitiria que as mulheres se tornassem cidadãs mais conscientes de seus direitos e capazes de contribuir de maneira mais ativa na sociedade.
Outro ponto central é a crítica ao casamento como um mecanismo de opressão. Na época, os casamentos eram frequentemente arranjados e baseados em interesses econômicos, então reduzindo as mulheres a bens de troca.
Nísia Floresta denuncia essa prática e defende o direito das mulheres de escolherem seus parceiros e de terem autonomia sobre suas próprias vidas.
Além da questão de gênero, a obra também aborda temas como a escravidão, porque critica a desumanização dos negros escravizados. A autora faz uma análise humanista da sociedade, apontando as desigualdades e defendendo a dignidade de todos os indivíduos.
A relevância de Opúsculo Humanitário para a atualidade
Mesmo tendo sido escrito há mais de 170 anos, Opúsculo Humanitário continua extremamente atual.
A luta por igualdade de gênero ainda está em curso, e questões como a violência contra a mulher, a desigualdade salarial e a sub-representação feminina na política seguem como desafios contemporâneos.
Então, a obra também nos convida a refletir sobre como as estruturas sociais continuam a influenciar a vida das mulheres, especialmente no acesso à educação e no mercado de trabalho.
Para os estudantes que se preparam para a Fuvest, a leitura de Opúsculo Humanitário é uma oportunidade de compreender a história do feminismo no Brasil e as origens do pensamento progressista no país.
Além disso, a obra dialoga com outras correntes filosóficas e políticas, porque permite uma leitura interdisciplinar que envolve história, sociologia e literatura.
Conclusão
A inserção de Opúsculo Humanitário na lista da Fuvest 2026 é um reconhecimento da importância de Nísia Floresta na história intelectual brasileira.
Sua obra é um testemunho do poder da escrita como ferramenta de transformação social, e sua mensagem ressoa até os dias de hoje.
Então, ao estudar essa obra, os leitores são convidados a refletir sobre os desafios históricos e contemporâneos da luta por igualdade e justiça, consolidando Nísia Floresta como uma das vozes mais importantes da literatura e do pensamento humanista no Brasil.